(na foto, o Superior-geral dos Dehonianos saúda João; atrás, c'è Pablo, um espanhol!)Blog - Você defendeu ontem a sua terceira tese de doutorado. Mas agora, numa terra estrangeira e numa língua ídem. Qual a sensação?
Pe. João - Dito desta maneira pode parecer apenas "mais uma tese de doutorado". Não foi bem assim. Na verdade a Universidade Gregoriana é um ambiente acadêmico que tem as suas exigências e seu nível. A língua italiana não é o maior problema. Na verdade escrevia a tese em português, mas li as fontes, ou seja, os escritos de Padre Dehon, em francês. Meu orientador, P. Pastor, foi na verdade um pai, um mestre, um verdadeiro jesuíta que mais do que orientar um doutorando ajuda a discernir os caminhos, evitar as ciladas, encontrar atalhos inteligentes e, finalmente, chegar na meta. É bom quando se começa a fazer uma tese de doutorado. Mas é bem melhor o dia seguinte, depois da defesa. Quem com lágrimas semeia, com sorrisos colherá. Ou como dizia Dehon aos antigos alunos em agosto de 1895: "Vamor orar e agir e Deus fará o resto. Depois dos dias sombrios e tristes virão os dias alegres e ensolarados". Dito e feito!
Blog - Que novidade a sua pesquisa trás sobre Pe. Dehon? Algo que ninguém sabia ou que ninguém ainda havia dito?
Pe. João - Sim. Há muitas novidades. Mas a que me impressionou mais foi a descoberta de que nos idos de 1870, Dehon programou com detalhes a fundação de uma congregação de estudos, com um 4o. voto de divulgar as doutrinas pontificias. Seria a "congregação da verdade". Depois acabou fundando mesmo "congregação do amor", os padres do Coração de Jesus. Queria novamente um 4o. voto, mas de vítima. Isto foi nos anos de 1877-78. Masdez anos depois, em 1887, ele acaba percebendo que as duas coisas eram constitutivas do carisma que recebeu de Deus. Ele afirma em seu diário: "O amor e a verdade foram as duas grandes paixões da minha vida". na verdade o carisma dehoniano tem estas duas orientações. Esta é a nossa maior descoberta que comprovamos documentalmente em nossa tese.
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